O governo de El Salvador está fazendo alguns movimentos interessantes com seus bitcoins. Recentemente, anunciou que está dividindo o saldo do seu tesouro em várias carteiras. A ideia é se proteger contra potenciais ameaças da computação quântica. Agora, cada uma das novas carteiras tem menos de 500 BTCs.
Com um total de 14 novos endereços recebendo as moedas, o país busca gerenciar seus fundos de maneira mais segura e responsável, acumulados desde 2022. Essa estratégia é vista como uma ação promissora para a segurança financeira do país. O escritório de bitcoin de El Salvador destacou que a transferência dos fundos para múltiplos endereços é parte de uma análise mais profunda das melhores práticas de gerenciamento de criptomoedas.
Mensagem de segurança em meio à inovação
No final de agosto, o governo fez esse anúncio e explicou que essa preocupação com a computação quântica ainda é teórica. Apesar de os potenciais computadores quânticos não serem uma ameaça imediata para o bitcoin, o criptógrafo Adam Back elogiou essa nova abordagem. Ele mencionou que, normalmente, é uma boa prática distribuir os fundos em várias transações, ao invés de concentrar tudo em um único endereço.
Back ainda ressaltou que os computadores quânticos podem, teoricamente, quebrar a criptografia que sustenta não só o bitcoin, mas também várias interações do nosso dia a dia, como transações bancárias e e-mails. Quando uma transação é feita com bitcoin, a chave pública se torna visível, o que pode abrir brecha para que essas chaves privadas sejam descobertas antes da confirmação da transação.
Mudança estratégica na guardar os bitcoins
Com essa nova estratégia de diversificação, El Salvador se distancia da abordagem anterior, que utilizava um único endereço por motivo de transparência. Esse modelo, embora transparente, deixava as chaves públicas vulneráveis a ataques. Agora, com um painel gerenciado pelo The Bitcoin Office, o país consegue monitorar múltiplos endereços sem expor constantemente suas chaves.
A escolha de ter endereços novos e não reutilizá-los ajuda a limitar a exposição. Isso significa que, enquanto um endereço não é utilizado, suas chaves permanecem protegidas. Assim, se os fundos do endereço forem gastos, as chaves se tornam visíveis e, por consequência, vulneráveis. Dividir os bitcoins em quantidades menores reduz consideravelmente os riscos de um ataque quântico.
Transparência e segurança andam juntas
Outro ponto interessante é que El Salvador mantém uma página ativa para mostrar a transparência das suas reservas. Qualquer pessoa interessada pode acompanhar a situação, que até 1º de setembro de 2025, registrava um total de 6.286 BTCs. Essa iniciativa reforça não apenas a segurança, mas também o compromisso do país com a transparência em suas operações.
